Teve
que respirar fundo para não perder a cabeça.
É sobre pensar na caveira com a vela acesa derretendo.
Ela vai se apagar.
Não vou ser piegas, o tempo passa. Sempre volto ao tempo.
E é ele que manda em todas as coisas. Você vai continuar ou não.
Fazer aquilo que é importante para você? Bobagem? E se
você parasse? O que aconteceria?
Será que vale a pena?
Filosofia barata, é o que tenho para hoje. E aquela
ideia? Aquela língua nova? Aquele convite para tomar um café que se
transformaria em um orgasmo e num coração partido depois?
Tudo cíclico. Tudo vai, volta, às vezes não volta.
Mas o que eu quero dizer com isso tudo? Uso a escrita
quando estou num farol vermelho? Quando estou apaixonado? Quando estou pedindo
meia dúzia de pãezinhos na padaria do mercado? Quando digo “vamo deixar pra
outro dia”? Uso a escrita quando alguém me lê? Se alguém me ler.
Está tudo muito confuso. Não sei qual a resposta.
Café Aquarelado #03
Conto de Lucas Beça