O cara
entrou e pediu um cigarro solto.
-
Mataram o Hugo, disse.
Dei o
cigarro solto. Pagou.
- Mataram o Hugo, cara. Trinta tiro.
- Não
conheço.
- O
Hugo.
- Ah,
respondi.
Ia
repetir que não conhecia esse tal de Hugo, mas resolvi não contrariar.
A
vontade era de dizer “não conheço nem o Hugo nem você, caralho”. Mas não disse
isso, é claro.
-
Merecia, não merecia? Me empresta o isqueiro.
Emprestei
o isqueiro.
-
Merecia, né?, repetiu antes de botar o cigarro na boca e acender.
- Vai
ver que sim.
Ele
soltou uma baforada e me devolveu o isqueiro.
-
Trinta tiro, mano. Caraio.
Ele
parou e ficou olhando o nada por alguns segundos. Depois olhou para mim.
-
Falou, ae.
-
Falou, eu disse.
Virou
as costas e foi embora. Dava risadas sozinho a cada três passos.
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