quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O chá


“Mas e aí, como é que foi lá?”

“Ah, foi bom.”

“Foi?”

“É, foi...”

“O quê, não foi tudo aquilo que você esperava?”

“Foi sim. Eu fui até lá, escalei a montanha, encontrei as folhas para fazer o chá, perto da casinha, que nem me disseram, mas...”

“O chá não era grande coisa?”

“É, acho que não.”

Silêncio.

“Sabe o que aconteceu?”

“O quê?”

“Você criou muita expectativa. Criou todo um gosto particular na sua cabeça que nunca seria batido por qualquer coisa que você tomasse, seja aquele chá ou outro.”

“Será?”

“Ah, sim. Com certeza.”

Outro silêncio.

“Você sabe que eu fui lá também, não sabe?”

“É mesmo?”

“Sim, eu fui. Só que não me disseram que seria a melhor coisa que eu experimentaria na vida.”

“É, foi o que me disseram.”

“Pois é...”

Silêncio de novo.

“Mas a vista lá de cima é linda, não é?”

“Com certeza. Espetacular!”

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