terça-feira, 23 de agosto de 2016

Café na padaria


Estou aqui tomando o meu café da manhã, o qual consiste em um pão na chapa e um café, na padaria da esquina. Poderia até dizer que esse é o desjejum do paulistano. Alguns se arriscam e pedem um pão de queijo.

Deixo minha mente ir embora relembrando um verão quente que passei no interior gaúcho, entre uma mordida e outro gole. Ao fim da tarde podia-se ver os visitantes daquelas "terras estranhas" saírem com suas famílias em direção às grandes praças, levando apenas algumas cadeiras de praia e é claro, o velho e bom chimarrão.

Uma vida tranquila: trabalho durante o dia e conversas jogadas fora no fim de tarde debaixo de uma árvore. Uma coisa tão banal e pouco apreciada por aqui.

Coisa tão distante... Então paro um pouco e desperto de meu devaneio. Olho para o copo e o pão pela metade. O padeiro sai de dentro de seu lugar recluso, coloca outra fornada de pães franceses na cesta e volta rapidamente para mais trabalho. Dois senhores ao meu lado discutem sobre o jogo da noite passada, já tomando o café preto saideira. O atendente do caixa cobra cinco reais de pães de uma senhora de idade com olheiras fundas.

De repente meu olhar sobe um pouco e encontra o relógio de parede que marca seis e dezessete. Atrasado de novo...

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